A proximidade do fim da vacinação do rebanho bovino e bubalino do Paraná contra a febre aftosa tem trazido dúvidas de criadores em relação a como funcionará o trânsito de animais a partir de novembro. Para ajudar a entender como fica a movimentação na prática, a coluna conversou com o superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Bernardo Todeschini. Ele também é membro da Comissão de Normas Sanitárias para os Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), entidade que confirma a evolução de status sanitário.
Como está hoje a entrada de animais em Santa Catarina, que é livre da doença sem vacinação?
Animais que são vacinados contra a febre aftosa não entram em território catarinense. Os que não são imunizados só entram mediante autorização. Para levar bovinos ou bubalinos do Rio Grande do Sul para São Paulo, por exemplo, é necessário passar por um corredor sanitário. A carga é cadastrada na entrada e tem, de acordo com a distância a ser percorrida, um número de horas para completar o trajeto. Na saída, é feita nova vistoria.
Com o Paraná deixando de vacinar, o gado gaúcho também não poderá entrar naquele Estado?
Sim, passam a valer as mesmas regras existentes em relação a Santa Catarina. Tem se falado que a data de fechamento da divisa paranaense é 31 de outubro — porque aquele Estado deixa de vacinar em novembro. Mas poderá ocorrer antes dessa data. A definição efetiva depende de publicação a ser feita pelo Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura.
Existe alguma possibilidade de mudança em relação a essas restrições?
No país, há a perspectiva da criação de zonas de transição. Um grupo de trabalho de técnicos vem fazendo a atualização das normas referentes à febre aftosa (IN 44/2007), já em fase de conclusão. Essas zonas de transição seriam Estados em processo de evolução de status sanitário. Teriam características específicas de trânsito dos animais. A estimativa é de que possa estar em vigor a partir de janeiro de 2020.
Resposta da auditoria
O Rio Grande do Sul deve receber, até 6 de outubro, o relatório parcial da auditoria realizada pelo Ministério da Agricultura no Estado. A avaliação técnica é considerada decisiva para que os gaúchos decidam se mantêm ou não a vacinação contra a febre aftosa. A Secretaria da Agricultura fará duas palestras, voltadas ao esclarecimento de dúvidas de pecuaristas, nas expofeiras de Pelotas, no dia 10, e de Bagé, no dia 11.
Atenção: em breve, você só poderá acessar o site e o aplicativo GaúchaZH usando o seu e-mail cadastrado ou via Facebook. O nome de usuário não estará mais disponível. Acesse gauchazh.com/acesso e saiba mais.