O debate sobre a retirada da vacina contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul chega nesta sexta-feira (17) ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, em meio à programação da 42ª Expoleite e 15ª Fenasul. Evento organizado pela Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) se propõe a avaliar o futuro da pecuária gaúcha em um cenário de fim da imunização. Técnicos serão ouvidos e a ideia é que a própria entidade possa ter definição sobre o tema.
— Queremos agora ouvir o debate. E a partir daí, tirar uma posição — explica Leonardo Lamachia, presidente da Febrac.
De um lado, estarão argumentos sobre o que o RS pode ganhar com a retirada.
— É muito mais do que progredir de status sanitário. É retirar um obstáculo ao empreendedorismo — avalia Bernardo Todeschini, superintendente do Ministério da Agricultura no RS e um dos palestrantes.
Segundo ele, hoje, dos 12 maiores importadores de carne bovina do mundo, boa parte é livre da doença sem vacinação, o que pode fazer com tenham determinadas condições de ingresso em seus territórios:
— E disso resulta uma limitação de acesso absoluto e de acesso qualitativo.
Mais cauteloso, Luiz Alberto Pitta Pinheiro, assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), pondera que a auditoria do ministério — a solicitação formal já foi feita pela Secretaria da Agricultura para a segunda quinzena de julho — é fundamental para a definição de rumos em relação ao tema no Estado.
— É preciso ter a auditoria, a sustentação financeira de que o Estado vai dar total apoio às medidas futuras necessárias e a decisão política para a retirada. Não é questão de quando, é questão de como — afirma Pitta Pinheiro.
O debate sobre o tema vai ganhar em breve, também, espaço na Assembleia Legislativa. Foi aprovado nesta quinta-feira (16) pedido do deputado Rodrigo Lorenzoni (DEM) para audiência pública, em data ainda a ser definida.