O Rio Grande do Sul deu outro passo em direção à busca da condição de livre da febre aftosa sem vacinação. Nessa segunda-feira (22), reforçou pedido para que o Ministério da Agricultura realize auditoria na segunda quinzena de julho. A iniciativa é considerada prova de fogo para saber se as condições no Estado sustentam a decisão de parar de vacinar.
Ainda não há confirmação se será, de fato, executada no período solicitado. Mas as articulações políticas indicam que sim – a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o secretário de Agricultura do RS, Covatti Filho, mantêm linha direta.
Se confirmada a vinda dos técnicos e com relatório positivo, haveria tempo hábil para que os gaúchos suspendessem a imunização já na segunda etapa da campanha, marcada para novembro – o que irá ocorrer no Paraná.
O novo pedido por auditoria do ministério foi feito nessa segunda-feira, no almoço que marcou a instalação da Frente Parlamentar em Apoio à Evolução do Status Sanitário Animal do RS. Em dezembro do ano passado, o então vice-governador José Paulo Cairoli já havia formalizado a solicitação a Blairo Maggi, que era o titular da Agricultura.
– Muita gente tem na memória a fotografia da época do foco, em 2000 e 2001. Mas muita coisa mudou. Foi criado o Fundesa, fez-se georreferenciamento das propriedades, as regras da Organização Mundial de Saúde Animal são outras – reforça Ernani Polo, presidente da frente.
Foi em 2017, quando esteve à frente da Secretaria da Agricultura, que o Estado sinalizou interesse em antecipar-se ao calendário do ministério para a retirada da vacina – o RS pertence ao bloco cinco, com fim da imunização previsto para 2021. Desde lá existe expectativa pela auditoria focada na aftosa.
Covatti Filho afirmou que a defesa animal é uma prioridade para os setores público e privado e que “seu constante monitoramento permite que consideremos que o RS tem condições de atender aos requisitos necessários para que seja retirada a vacina”.
A avaliação final virá só depois da auditoria, agora esperada para o segundo semestre. Antes disso, o foco é na primeira etapa da vacinação, de 1º a 31 de maio.
Rumo ao fim da vacinação
O pedido do Rio Grande do Sul para auditoria do Ministério da Agricultura em relação à febre aftosa foi formalmente entregue nessa segunda-feira ao superintendente regional, Bernardo Todeschini. O documento será remetido a Brasília. Um reforço sobre a solicitação será feito ao secretário de Defesa Agropecuária do ministério, José Guilherme Leal.
– Essa auditoria é determinante para a decisão de retirada da vacina – observa Todeschini.
Vistoria feita no final de 2017 avaliou o sistema de defesa animal do RS. Foram 38 itens em quatro pilares (capacidade estrutural, operacional, de execução de programas e de certificado e acesso a mercados).
A partir de deficiências apontadas naquele momento, o Estado definiu um plano de ação com medidas que já foram ou estão sendo executadas.