O governo do Paraná recebeu, na última semana, relatório preliminar da auditoria feita pelo Ministério da Agricultura. A ferramenta faz parte do processo de busca pela retirada da vacina contra a febre aftosa. Como explica Inácio Kroetz, diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), agora o Estado tem 60 dias para fazer conferência e acrescentar informações:
– O resultado foi muito animador, aponta que estamos no caminho certo. Uma coisa é a gente perceber, outra é uma auditoria comprovar.
O relatório final sairá um mês depois de os paranaenses enviarem suas considerações. Kroetz garante que o sistema está "muito bem preparado" e lembra que a missão avaliou o sistema de defesa como um todo. Ele mantém a projeção de que em 2019 seja possível deixar de imunizar o rebanho.
O Rio Grande do Sul, por sua vez, aguarda auditoria específica do ministério, com foco na aftosa. O plano de ação elaborado pela Secretaria da Agricultura já foi encaminhado. Formalmente, ainda não foi confirmada data. Extraoficialmente, a auditoria é aguardada para o mês de julho.
– Seria um mês apropriado para o Estado planejar o próximo ano, ter tempo de se preparar – diz Bernardo Todeschini, superintendente do Ministério da Agricultura no RS.
Diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da secretaria, Antonio Carlos Ferreira Neto entende que, para tomar uma decisão, é preciso ter sinalização do ministério no máximo até dezembro. O Estado se antecipou ao cronograma nacional – que estabelecia 2021 como data para retirada da vacina – e trabalha com a meta de parar de imunizar em 2019. O objetivo, com a evolução do status sanitário, é acessar mercados que hoje só Santa Catarina pode, por ser livre de aftosa sem vacinação.
A Federação da Agricultura do Estado vê a medida com ressalvas.
– Queremos observar as condições de vigilância na fronteira, banco de vacinas e recursos para indenização caso ocorra algum foco. Precisamos ter essas condições muito claras
e equipe treinada – ressalta Gedeão Pereira, presidente da entidade.