O Estado reuniu nesta quarta-feira (17) pela primeira vez o grupo de trabalho criado para buscar alternativas ao problema do 2,4-D. A impressão entre os presentes – representantes das culturas afetados pela deriva receberam o convite um dia antes – é de que houve um bom começo.
– As propostas apresentadas têm coerência, lógica. O que propusemos é que, aproveitando a presença dos integrantes, pensem em alternativas ao uso de herbicidas hormonais – diz Carlos Paviani, diretor de Relações Institucionais do Instituto Brasileiro do Vinho.
Hélio Marchioro, conselheiro do Ibravin, entende que “todos os pontos levantados fariam parte de um programa de governo para a regulamentação de agrotóxicos” e que o modelo criado poderia vir a servir de referência, mas pondera:
– Não resolve o problema do 2,4-D que é pontual, emergencial.
Reconhecendo a validade das medidas que podem ser construídas a partir do grupo de trabalho, os dois representantes mantêm, no entanto, a posição pela suspensão do 2,4-D, porque entendem que entre o planejamento e a implementação há um longo caminho.
Presidente da Comissão de Meio ambiente e do conselho superior da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Domingos Velho Lopes diz que a entidade segue contrária à suspensão, mesmo que temporária:
– Fazer isso com um produto que tem registro na Anvisa e nos ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura seria um retrocesso. Temos convicção de que a educação e as boas práticas agrícolas são suficientes para o êxito.
Na próxima terça-feira (23), o Ministério Público, que tem inquérito aberto, realiza audiência. Presente na reunião de ontem, o promotor Alexandre Saltz afirma que “o governo tem propostas concretas”, embora talvez não sejam suficientes. Sobre eventual pedido de suspensão do 2,4-D, usado para controle de ervas daninhas em lavouras de soja, pondera:
– Para mim, todas as opções estão na mesa, mas temos a responsabilidade de levar a busca de alternativas ao limite.