Maior produtor nacional de arroz, o Rio Grande do Sul abre oficialmente nesta semana a colheita do cereal. A cerimônia simbólica está marcada para sexta-feira, em Capão do Leão, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa, no sul do Estado. O ato costuma ser palco de reivindicações e anúncios relacionados ao cultivo.
Na safra atual, que terá produção impactada negativamente pela chuva – e, portanto, com efeito no bolso dos agricultores –, a expectativa é ainda maior.
Entidades representativas do setor esperam, mais do que a presença, a abertura de canal direto de comunicação com o governador Eduardo Leite.
Temas considerados importantes, como a definição da diretoria do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) – que segue pendente – e a questão de ICMS, ainda não foram tratados.
Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros (Federarroz), diz que os produtores vêm tentando audiência com Leite, mas até agora isso não ocorreu. Há uma sensação de frustração por conta dessa falta de proximidade.
– Esperamos que de fato venha à abertura da colheita, até porque é na “casa” dele – observa Dornelles, em relação ao fato de Capão do Leão ser vizinho de Pelotas, terra natal e reduto eleitoral do tucano.
Segundo o Palácio Piratini, a participação do governador na abertura oficial da colheita está pré-agendada, mas a confirmação só virá ao longo da semana.
No mesmo dia, ocorre a abertura da Festa da Uva, da qual Leite também deve participar. Sobre o pedido de agenda, a informação é de que nada foi protocolado.
Na verdade, os produtores estão contando com a interlocução do secretário da Agricultura, Covatti Filho, que busca encontro fora da fila de espera oficial.
No final de semana, o titular da pasta teve oportunidade de fazer lobby em favor dos arrozeiros durante outras cerimônias de abertura de colheita em que esteve com o chefe do Executivo.
– O governador deve receber os arrozeiros ainda nesta semana – estima o secretário.