Com as chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a semana passada, castigando principalmente a Fronteira Oeste e a Campanha, o setor agrícola não escapa do prejuízo – em especial nas lavouras de arroz do Estado. Uma conta que, “com certeza”, irá chegar ao consumidor final.
— Com certeza vamos ter uma diferença no preço, isso é líquido e certo — disse Alexandre Velho, vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz)em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (16).
Segundo levantamento da entidade, a produção gaúcha do cereal – que representa 70% do que é colhido no país – deve encolher de 8,2 milhões de toneladas, em 2018, para 7,3 milhões de toneladas neste ano. De acordo com o vice-presidente da Federarroz, a produção deve ter redução de 10% – cerca de 20 mil hectares de área plantada – devido aos alagamentos em cidades como Uruguaiana, Alegrete, São Gabriel, Rosário do Sul e Bagé.
— O problema é o nível da água. O nível com que trabalhamos é de 10 centímetros, cinco centímetros. E as lavouras tiveram mais de um metro de água acima. Pegou em cheio a parte da floração, que é a parte que define a produtividade — explicou.
A Federarroz ainda trabalha com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) para levantar os números da “queda expressiva” na produção. Velho lamentou a perda gerada pelo mau tempo aos produtores do Estado, que vieram “de quatro anos pelo menos de prejuízo na lavoura, de preços muito baixos e de custo de produção cada vez maior”:
— O produtor de arroz formou uma lavoura realmente muito cara este ano, o maior custo da história da lavoura de arroz. E justamente neste ano em que tivemos a situação de custo altíssimo, temos que lidar com esta situação das enchentes.