Técnicos da superintendência do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul concluíram hoje nova auditoria para avaliar o sistema de defesa do Estado. A ação é parte de processo para a retirada da vacina contra a febre aftosa. A imunização tem mantido o rebanho bovino e bubalino livre da doença — o último foco em território gaúcho foi em 2001 — , mas também acaba inviabilizando a entrada em alguns mercados.
Essa vistoria feita agora, caso tenha avaliação positiva, serviria para embasar a vinda de técnicos de Brasília, etapa necessária para o RS receber autorização para deixar de vacinar. Recentemente, os paranaenses receberam o aval, e a projeção é de que já não realizem a segunda etapa da campanha de vacinação.
— Estamos buscando um fato novo. Essa auditoria feita agora é um sinalizador para Brasília. Sem sinal claro de que ocorreu evolução no plano de ação, eles sequer vêm — explica Bernardo Todeschini, superintendente do ministério no Estado.
No final do ano passado, auditoria do serviço sanitário apontou inconformidades para serem corrigidas e se montou um plano de ação, cuja implementação está sendo verificada na auditoria.
— Com parecer positivo a gente pode pedir auditoria específica — ressalta Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, diretor do departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura.
Tanto Ferreira Neto quanto Todeschini avaliam ser possível acompanhar o passo do Paraná. Aliás, a decisão dos paranaenses certamente cria pressão para que os gaúchos busquem a evolução do status sanitário, uma vez que o Estado ficaria isolado dos demais da Região Sul _ Santa Catarina hoje é o único livre da doença sem vacinação.
O Ministério da Agricultura montou plano nacional com cronograma para a retirada total da vacina no país. O Brasil foi dividido em cinco blocos, com os três Estados do Sul inseridos no grupo cinco, com previsão de fim da vacinação em 2021. No ano passado, a secretaria do RS sinalizou, no entanto, vontade de antecipar o calendário, seguindo exemplo do Paraná.
Quatro temas centrais foram avaliados na auditoria concluída, que são os mesmos do roteiro de Brasília e seguem modelo da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Dentro deles, 43 itens recebem pontuação de um a cinco.
— Penso que é um esforço que deve ser o foco do sistema de saúde animal hoje — completa o superintendente.