Até que especialistas emitam parecer sobre a razão para a presença de lama fluída na chamada ante praia do Cassino, em Rio Grande, a utilização do overflow na dragagem de manutenção do porto seguirá suspensa. A estimativa é de que o documento saia ainda neste ano. A decisão de paralisar temporariamente o uso do equipamento foi tomada na última sexta-feira. Segundo o superintendente Janir Branco, por cautela:
– Técnicos responsáveis pelo Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira, o SiMCosta, identificaram volumes baixos de lama fluida. Recomendaram, baseado no princípio de precaução, que se aprofundasse o estudo.
O overflow é um processo que devolve ao ambiente parte da água dragada junto com o material retirado do fundo do mar e sua utilização foi autorizada pelo Ibama, que concedeu a licença ambiental para a limpeza. Mas ele pode ser um causador de presença de lama.
Na semana passada, imagens e vídeos divulgadas pelo movimento SOS Cassino ganharam grande repercussão nas redes sociais. Elas mostram um rastro marrom no entorno da draga que faz a limpeza. A polêmica em torno do assunto cresceu e acabou motivando uma nota de esclarecimento da superintendência do porto.
– O overflow é considerado um das vilãs da dragagem _ diz Helder Salvá, do SOS Cassino.
Se os pesquisadores detectarem que realmente há relação entre a lama e o processo, poderá haver alteração contratual. Por ora, a obra segue sem a utilização do mecanismo. Até o momento, já foi dragado cerca de 10% do volume total autorizado, que é de até 16 milhões de metros cúbicos.
A limpeza do canal de passagem era esperada desde 2015 e deve ser concluída em até 10 meses.