Embora entre os presidenciáveis exista mais de um nome ligado ao agronegócio, é o candidato Jair Bolsonaro (PSL) que vem recebendo o apoio mais visível do segmento. Na passagem pela Expointer, foi recebido aos gritos de mito e por onde circulou carregou em volta de si uma pequena multidão. De lá para cá, a adesão ao candidato só parece ter crescido.
Geraldo Alckmin (PSDB) escolheu como vice a senadora Ana Amélia (PP-RS), com reconhecida atuação política em prol dos produtores. Ciro Gomes (PDT) buscou a também senadora Kátia Abreu (PDT), que foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ministra da Agricultura no governo Dilma Rousseff (PT).
Nenhum deles, contudo, conseguiu catalisar votos por conta disso. Kátia conquistou a antipatia dos produtores em razão da sua posição no período do impeachment. E Ana Amélia, embora continue sendo elogiada, está pagando o preço da aliança de Alckmin com o chamado centrão e por ter mudado os rumos das alianças do PP no Estado.
Um dos fios condutores da popularidade de Bolsonaro frente esse eleitorado é o direito à propriedade privada, um dos itens mais caros a pecuaristas e agricultores. Na sua passagem pelo Estado, disse a jornalistas que as ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) precisam ser tratadas como “terrorismo” e que um dos pilares da democracia “é a propriedade privada”. Algo que soa como música.
É comum ouvir no segmento que apesar dos resultados positivos colhidos, os produtores estão sempre sendo “contestados pela ideologia de esquerda” que, para eles, é personificada pelo PT. Lideranças apontam ainda outro fator que favorece o candidato do PSL: o fato de o homem do campo ser “muito conservador no que diz respeito à família”.
O anseio por processos mais ágeis e por melhores condições de infraestrutura também aparecem na lista de justificativas.
– Há uma memória de que o Exército tem expertise melhor para lidar com infraestrutura – pondera um agricultor.
A sintonia com relação ao porte de arma é outro motivo de convergência apontado pelo setor, que defende o direito de poder estar armado nas suas propriedades, para se defender da insegurança.
– Demorei a entender o voto do produtor. Mas hoje vejo que é reflexo do desejo por uma ruptura com tudo que está aí – resume outro líder do segmento.