Com placar folgado, 45 votos a favor e quatro contra, o governo conseguiu aprovar nesta terça-feira (17) o projeto de lei que determina a extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Mas o caminho até o fechamento ainda deve ser longo. Depois de publicada a lei, abre-se um prazo de 30 dias para a realização de assembleia-geral de acionistas em que serão escolhidos o liquidante e o conselho fiscal. Também é nessa ocasião que será determinado o cronograma da extinção.
Uma coisa é certa: por meio de emenda pluripartidária, aprovada por 47 a dois, ficou estabelecida a manutenção da unidade de Rio Grande. A filial, que é uma concessão, continuará no guarda-chuva do Estado, passando para a superintendência do porto, segundo o deputado Gabriel Souza (PMDB).
— Isso expressa o sentimento de manter aberta uma porta para exportação de arroz — avalia Caludia Cava Corrêa, presidente da Cesa.
Para fechar as portas das demais unidades, o governo estadual terá de desembolsar uma série de pagamentos. A direção da Cesa estima em R$ 200 milhões esse custo. Já o Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers), calcula o valor em mais de meio bilhão de reais. Sobre a aprovação da extinção, Lourival Pereira, presidente da entidade, afirma que a votação favorável ao projeto de parlamentares do PT foi uma supresa:
— A categoria está totalmente decepcionada.
O Sagers promete ir à Justiça e garante que não liberará a venda de filiais hoje lucrativas se o Estado não pagar a conta, principalmente do acordo trabalhista fechado na ação referente ao piso da categoria.