Salvo alguma mudança de última hora, como a retirada do regime de urgência, por exemplo, os deputados gaúchos votam nesta terça-feira (17) o projeto de lei do Executivo que prevê a extinção da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
O texto está trancando a pauta e, segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa, Gabriel Souza (PMDB) será encaminhado para a apreciação em plenário:
– É um processo que já está andando faz tempo.
A julgar pelo resultado da votação da proposta de emenda constitucional (PEC), em 2016, que dispensou a necessidade de plebiscito para que a Cesa fosse extinta, Souza avalia que a extinção deve ser aprovada.
Diante da iminência de provável vitória do Piratini, o Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers), que é contra a medida, tentava angariar apoio para derrubar o regime de urgência do projeto.
– É para que se possa se discutir melhor o assunto com a sociedade agrícola. Para que depois, então, o governo possa fazer algo com os pés no chão, e não criar essa bola de neve – afirma Lourival Pereira, presidente do sindicato, ao destacar o alto gasto para o fechamento da companhia.
A entidade estima que o custo da extinção será de mais de meio bilhão de reais, com o agravante, segundo Pereira, de que o governo não terá mais receita para isso. A cifra é contestada pela direção da Cesa, que trabalha com valor de R$ 200 milhões.
– A gente sabe que o governo tem maioria, mas entendemos que alguns deputados vão pensar melhor – entende o presidente do Sagers.
O PT ainda não fechou questão sobre o assunto, mas, segundo a líder da bancada, deputada Stela Farias, a tendência é de que mantenha a posição da votação da PEC de 2016, quando foi contra a alteração.
– Votarei contra. A extinção parece uma marca do governo Sartori. Tudo que é público, ele acha que pode ser vendido ou que deve ser privatizado – acrescenta Pedro Ruas (PSOL).
Pelo texto apresentado, se aprovada a extinção, abre-se prazo de 30 dias após a publicação da lei para realizar assembleia-geral de acionistas, que nomeará um liquidante e o conselho fiscal, além de determinar o prazo para fechamento da companhia.