Com o avanço da colheita _ que chegou a 35% da área total _, as projeções da safra gaúcha começam a ser revisadas. Dados da Emater mostram que, na soja, houve recuo de 1,12% em relação ao panorama apresentado no mês passado durante a Expodireto-Cotrijal. A produção agora é estimada em 16,9 milhões de toneladas _ ante os 17,12 milhões de toneladas da estimativa de março.
Com o ajuste, o Rio Grande do Sul também não deve mais colher a segunda melhor safra de grãos de verão. As 29,93 milhões de toneladas _ antes eram 30,23 milhões _ indicam o terceiro maior volume, atrás de 2015 e de 2017.
Lino Moura, diretor técnico da Emater, explica que a maior redução da soja foi verificada na regional de Bagé, na Campanha: 11,3% a menos, indicando colheita de 1,45 milhão de toneladas.
A área foi uma das mais impactadas no Estado pela estiagem. No milho, também há recuo em relação ao levantamento de março de 17,64%.
_ Essa diferença, no entanto, vem sendo compensada em outras regiões _ pondera Moura, acrescentando que as lavouras que mais sofreram prejuízos foram aquelas plantadas entre 15 de novembro e 15 de dezembro.
No boletim da pesquisa semanal, o órgão aponta que, no início da colheita, as lavouras apresentaram produtividades elevadas. Com o avanço para cultivares implantadas mais para o final do período de plantio e com ciclo mais longo, as produtividades começaram a diminuir. Há uma grande variação no rendimento: de 30 sacas a 80 sacas por hectare, com a média do Estado devendo ficar em 50 sacas por hectare.
Na produção do milho também foi feito ajuste, com a projeção agora estimada em 4,5 milhões de toneladas _ menos 2,04% em relação ao dado anterior. No arroz, o volume ficou 0,41% menor.
O diretor técnico da Emater não vê, no entanto, espaço para reajustes mais radicais, porque as regiões onde houve recuo maior têm menos representatividade no volume total do Estado.