Firme no plano de investir no mercado brasileiro — acaba de anunciar a compra dos ativos da Vale Fertilizantes, em Cubatão (SP) —, a multinacional Yara está com as obras de ampliação da unidade no porto de Rio Grande em compasso de espera. O cronograma trancou na obtenção da licença ambiental para a instalação da rede de transmissão de energia no local. A boa notícia é que a secretária Ana Pellini, titular do Desenvolvimento, promete para esta quarta-feira (22) o documento, conforme informou à coluna com exclusividade.
— Estamos prontos para construir a rede necessária para prover energia ao projeto. A falta da licença ambiental começou a ser um gargalo para o projeto — explica Lair Hanzen, presidente da Yara Brasil e vice-presidente da Yara International.
A ampliação da unidade em Rio Grande prevê aporte de R$ 1,3 bilhão e irá gerar 1,7 mil empregos diretos, no ápice das obras, mais as vagas indiretas. O projeto será entregue em etapas. A conclusão da primeira, da estrutura de armazenamento e logística, está prevista para a metade de 2018. Depois, explica Hanzen, tem a de produção química de fertilizantes, em 2019, e a última, em 2020.
Com a ampliação da unidade de Rio Grande, a empresa aumentará a capacidade de produção de 650 mil para 1,2 milhão de toneladas e de mistura e expedição de 1,5 milhão de toneladas por ano para 2,6 milhões de toneladas.
A obra se soma a outras iniciativas como a aquisição dos ativos da Vale, anunciada na última sexta-feira.
— Temos hoje mais distribuição do que produção no Brasil. Com essa compra, equilibrará um pouco nossa posição. O grande apelo desta unidade é a planta de nitrogênio. Será nossa estreia na produção de nitrogenados — afirma Hanzen.
A Yara tem cerca de 25% do mercado de fertilizantes no país. No Rio Grande do Sul, o percentual é ainda maior: acima de 35%.