O preço do azeite de oliva vai baixar com a redução de 12% para 4% a alíquota interestadual de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), perguntam leitores da coluna? Não para o consumidor gaúcho. O benefício fiscal foi dado para que o produto do Rio Grande do Sul seja mais competitivo em outros Estados, especialmente em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
- Hoje pagamos ICMS de 12% para vender a eles. Baixando para 4%, podemos adotar preços mais competitivos a partir do ano que vem. Em tese, haverá redução de preço de 8% para os principais Estados e de 3% para os demais - explica o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Flavio Obino Filho.
Nas vendas internas no Rio Grande do Sul, não diminuiu o ICMS. Portanto, não seria esse um motivo para reduzir preço para o consumidor gaúcho.
- Estamos lutando pela alíquota nacional zero, com a inclusão do azeite extravirgem na cesta básica. Isso mexeria bastante no preço ao consumidor - completa Obino, que, por enquanto, ainda não enxerga que a medida aumentará a área plantada no Rio Grande do Sul.
Alta de preço
Não é de hoje que o aumento no preço do azeite de oliva impressiona os leitores. Para ser ter uma ideia, a pesquisa de inflação do IBGE aponta alta de 45% nos últimos 12 meses, o que é mais do que 10 vezes a inflação do período. O motivo é global. Países que respondem por 70% da produção mundial - como Espanha, Itália e Grécia - estão para emendar mais um ano com colheita 20% abaixo da média da última década, prejudicada pelas ondas de calor provocadas pelas mudanças no clima e pioradas pelas secas, incêndios e inundações. Mesmo no Rio Grande do Sul, o excesso de chuva do ano passado afetou os olivais, dificultando a polinização e danificando as azeitonas.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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