Maior espaço de inovação de Porto Alegre, o Instituto Caldeira retomará atividades na segunda-feira (10) calculando prejuízos e questionando sobre o futuro. Por enquanto, serão liberados o segundo e o terceiro andares. O primeiro, onde ficam 69 empresas, ainda está sendo reconstruído. Suas equipes serão colocadas nos andares superiores. O prédio fica no 4º Distrito e ficou completamente alagado.
O prejuízo é estimado, por enquanto, em R$ 35 milhões. O presidente do Caldeira, Pedro Valério, explica que a articulação para alcançar o valor já está acontecendo. Haverá aporte das empresas parceiras, serão procuradas linhas de crédito e também serão buscados novos parceiros.
- Estamos desenhando um Plano de Regeneração do Caldeira para ingresso de novas instituições como “fundadores beneméritos”. Serão empresas, do Brasil e do Exterior, que não estavam inicialmente no Caldeira, mas que participarão da “refundação” - conta ele.
Os eventos serão retomados em 1º de julho. Há, ainda, um trabalho para ajudar integrantes afetados do Geração Caldeira, um programa educacional gratuito para jovens e que está com sua edição de 2024 mantida.
Para seguir preparando o futuro, o Caldeira precisa projetar o futuro. Por isso, a coluna perguntou a Pedro Valério como o instituto vê o alagamento severo do 4º Distrito e o que pretende fazer e cobrar para que não ocorra novamente, sabendo que a sua resposta é norte para muitos dos negócios da região.
- De um lado, estamos consultando e projetando ações possíveis e pragmáticas que estão ao nosso alcance: intervenções urbanas, soluções e tecnologias que enderecem os problemas de drenagem que já enfrentávamos, além de adaptações arquitetônicas. Por outro lado, estamos dialogando e cobrando do poder público iniciativas contundentes que ofereçam uma perspectiva de que o 4D e a ideia de um “Distrito de Inovação” estejam realmente como uma prioridade na agenda de transformação da nossa cidade e do nosso Estado após essa catástrofe - respondeu.
E Valério segue em uma reflexão importante:
- O que temos discutido é justamente qual o tamanho da nossa ambição: qual Porto Alegre queremos para o amanhã? Qual Rio Grande do Sul queremos construir para o futuro? Vamos enfrentar de forma imediata, enfática e definitiva os nossos problemas ou seguiremos permissivos, ignorando que circunstâncias como essas podem e devem se repetir?
Criado em 2019, o Instituto Caldeira tem prevista uma grande ampliação com investimento de R$ 120 milhões, ocupando a antiga fábrica de tecidos Guahyba, ao lado, também no 4º Distrito.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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