O preço da carne de gado vai subir, alertou à coluna o coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da UFRGS, Júlio Barcellos. O aumento será, no mínimo, de 5% a 6% e chegará ao consumidor a partir do dia 15. Parece pouco, mas é mais do que a inflação de um ano inteiro.
A entressafra do boi deste ano terá ainda menos pastagens, já que o campo foi afetado por inundações e falta de sol. Há, ainda, dificuldades e custos maiores na logística pelas estradas, sem falar que muitos animais foram perdidos. Alta de preços da carne suína e de outros substitutos, inclusive hortigranjeiros, tira a concorrência, já que alguns estão até mais caros do que a costela, corte tradicional no prato do gaúcho.
— Mas será muito importante este aumento para o pecuarista, que precisa se recuperar e manter a atividade — pondera Barcellos.
Em 12 meses, a carne bovina acumula deflação na região metropolitana de Porto Alegre, com recuo médio de 8,65% nos preços, aponta o IBGE. Todos os cortes da pesquisa ficaram mais baratos. A alta de agora, porém, pode esbarrar na queda do poder de compra do consumidor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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