Representantes das maiores empresas gaúchas atingidas pelas enchentes de setembro e novembro passados estão no Rio de Janeiro para uma reunião na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A expectativa é grande para que avance a liberação do crédito subsidiado, que chegou a ser anunciado pelo governo federal logo após a primeira tragédia. Até o momento, chegou recurso para pequenas empresas, por um Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) já encerrado, e para pequenos agricultores. Porém, as maiores empregadoras, especialmente do Vale do Taquari, ainda não receberam o incentivo.
Presidente da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), Ângelo Fontana ficou responsável por selecionar o grupo de empresas, que apresentarão ao banco um dossiê de crise individual relatando seus prejuízos, quanto precisariam de dinheiro e no que aplicariam, como, por exemplo, reconstrução, equipamentos ou capital de giro. A taxa oferecida na proposta ainda do final do ano passado, de 1,75% ao mês, é a da linha básica do BNDES e alta para a atual situação das empresas. Lembrando que chegou a ser prometido crédito a juro zero.
— Esperamos ter agora uma atenção e apoio efetivo para retomar a atividade plena das empresas. O governo reconhece que prometeu, mas destinou muito pouco apoio e recurso às maiores empresas atingidas — diz o empresário, que listou à coluna as empresas que participarão do encontro: Dália (Encantado), Fontana (Encantado), Lajeadense Vidros (Lajeado), STW (Lajeado), Carrer Alimentos (Encantado), Couros Bom Retiro (Roca Sales e Muçum), Bom Frango (Venâncio Aires), MAC Pavimentações (Lajeado), Vinagres Prinz (Lajeado), Oderich Alimentos (São Sebastião do Caí) e Serraria Madepalmas (Roca Sales).
Em documento enviado à direção do BNDES ainda no início de janeiro, Federasul pediu financiamento com juro fixo de 5% ao ano, três anos de carência e 10 para amortização, limite de até R$ 50 milhões por CNPJ. A soma necessária, segundo a entidade, seria de R$ 330 milhões para o Vale do Taquari e R$ 37,5 milhões para São Sebastião do Caí, viabilizando a atividade econômica de 16 empresas.
Tributos devidos pela União
Também ainda sem sucesso, os empresários seguem pedindo agilidade na liberação de créditos tributários às indústrias que têm decisões judiciais que determinem a devolução. A Receita Federal já respondeu sobre esse assunto, dizendo que o pagamento tem que ser feito por precatórios, não cabendo ao órgão fazê-lo por via administrativa. Quanto aos pedidos sem decisão judicial, garantiu ter dado prioridade à análise de casos das regiões atingidas pelas cheias.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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