Com o mercado de trabalho resiliente na pandemia e pilar de sustentação da economia atual, o desemprego no Rio Grande do Sul teve em 2023 a sua segunda menor taxa da série histórica do IBGE. Aos 5,4%, volta ao patamar de 2012, ficando acima somente dos 5% de 2013, antes de começar a crise que levou à maior recessão da história do Brasil, entre 2015 e 2016.
A qualidade do indicador também melhorou. Aumentou o número de pessoas trabalhando, o que aponta mais empregos. A taxa poderia cair por pessoas desistindo de buscar trabalho, mas não é isso que está acontecendo. Tem mais gente no mercado e há vagas absorvendo essa procura, inclusive com carteira assinada.
O mercado de trabalho é a força que mantém o consumo no varejo e as máquinas funcionando nas indústrias mesmo com inflação e juros elevados. Tanto que foram as mais acertadas aquelas medidas de governo da pandemia que tiveram como foco manter os postos de trabalho até que a situação amenizasse. A informalidade aumentou e a renda caiu em vários momentos, mas foram fechadas menos vagas do que seriam sem as políticas públicas no auge da crise da covid-19 e foi rápida a reabertura das que foram encerradas no período.
Pleno emprego?
Com a queda da taxa no ano passado, voltamos aos patamares da época em que se dizia estarmos no pleno emprego. As definições econômicas variam, mas seria uma taxa em torno da que temos agora. Sempre haverá pessoas sem trabalho, ou seja, a taxa nunca seria de 0%. Porém, ela é baixa o suficiente para quem procura encontrar uma vaga no curto prazo, ou seja, há um equilíbrio entre oferta e procura de trabalho.
A expressão, porém, precisa ser usada com parcimônia, pondera o coordenador da pesquisa do IBGE no Rio Grande do Sul, Walter Rodrigues, pois ela passa uma ideia de que está tudo bem. O técnico observa que nem todas as regiões do Estado estão com desemprego baixo. Só para ter uma ideia da discrepância, Porto Alegre fechou o ano com taxa de 4,9%, enquanto a Região Metropolitana ficou com uma de 7%. É uma diferença grande por referir-se a milhares de pessoas.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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