O aumento do imposto de importação de painéis solares para 10,8% não tira a vantagem financeira da instalação do sistema de geração fotovoltaica, garantiu a coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar no Rio Grande do Sul (Absolar-RS), Mara Schwengber, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Ela estima em quatro anos a média de tempo para recuperar o investimento a partir da economia na conta de luz.
A volta da cobrança do tributo representa parte da queda de 35% no custo do equipamento nos últimos dois anos. No auge da pandemia, o preço disparou por diversos motivos. Faltou insumo com a quebra das cadeias mundiais de suprimentos e logísticas. Também aumentou a procura com a disparada da conta de luz por esvaziamento dos reservatórios do Sudeste e com o início, em 2022, da retirada gradual do incentivo que isentava geradores de energia da taxa para uso das linhas de transmissão. A normalização do mercado, a queda nos preços de painéis chineses e a desvalorização do dólar levaram à redução no custo dos sistemas solares.
A revolução será quando os consumidores que geram energia passarem a usar baterias para armazenar a energia para não depender das concessionárias. Assim, se evita a falta de luz no momento de desabastecimento e também o pagamento de ICMS e da taxa de uso das linhas de transmissão, quando se consome em horários sem sol. Para isso, é preciso ter uma bateria, que poderá ser até mesmo a descartada de carros elétricos.
O chamado sistema "off grid", que é o desconectado da rede, é permitido. Porém, uma regulação está sendo elaborada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com previsão se der aprovada ainda em 2024, o que, para Mara, irá popularizar o uso de baterias.
- Às vezes, não vai alimentar toda a casa, todos os aparelhos de ar condicionado, por exemplo. Mas permitirá manter iluminação, geladeira, internet etc. O preço das baterias deve ter uma redução significativa e rápida nos próximos anos, como aconteceu com o sistema solar de 2012 a 2017, porque a tecnologia se tornou acessível. O mais importante é que ele vai usar a energia que armazenou, mandando menos para a rede, tendo taxação menor para uso do fio B, que é a cobrança que vem sendo retomada ao longo dos anos - detalha Mara.
Ouça a entrevista completa:
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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