Com a capacidade, conhecimento e histórico que já tem, o Rio Grande do Sul não pode perder duas boas marés de investimentos em energia, que gerarão ondas econômicas. Um deles é a ampliação do mercado livre. O Estado já tem sido o segundo com maior migração de clientes, ficando atrás apenas de São Paulo. Na virada do ano, a legislação autorizará que ainda mais consumidores saiam do chamado mercado cativo, que é o regulado.
Com isso, empresas com contas de cerca de R$ 10 mil já poderão escolher seu fornecedor, a fonte da energia (renovável, de preferência, seja eólica, solar ou outra) e, o mais importante, o preço que pagarão por ela. Para residências, vai demorar, mas há previsões de que isso seja possível por volta de 2028.
Outra oportunidade é na energia solar por assinatura, criada em 2015, mas com aceleração recente. Após a correria para instalar sistemas solares em casas e negócios até o ano passado, para manter até 2045 a isenção da cobrança pelo uso do sistema elétrico, este mercado pisou no freio. Agora, tem se movimentado para este nicho, no qual quem tem espaço faz a usina solar e "aluga" para quem não tem, como moradores de apartamentos e empresas de salas comerciais.
A economia, claro, não é a mesma, os créditos de terceiros já reduzem a conta de luz. Instalar os sistemas ficou atrativo a investidores com a forte queda no preço dos equipamentos, diz a coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Mara Schwengber. A coluna já noticiou que até produtores rurais têm colocado usinas em suas fazendas, sendo que algumas até arrendam para aerogeradores eólicos.
O efeito em cascata desses investimentos chega a ser difícil de mensurar. A começar pelas linhas de transmissão necessárias para transportar toda essa energia, que exigem aportes financeiros altos e grande número de empregos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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