O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Grupo empresarial conhecido pelos condimentos, compotas e atomatados — e cuja história centenária se mescla com a de São Sebastião do Caí — a Oderich trabalha para contornar um dos seus momentos mais desafiadores. Em entrevista à coluna, o CEO da Conservas Oderich, Marcos Oderich, fala sobre o momento da empresa. No intervalo de um mês, a sede da companhia sofreu com a enchente que atingiu a região, em novembro, e um incêndio, em dezembro. As chamas foram registradas na manhã do dia 23 de dezembro, um sábado, atingindo painéis eletrônicos e afetando a distribuição de energia.
O grupo tem cerca de 1,1 mil funcionários somente em São Sebastião do Caí, e 2,3 mil ao todo somando as plantas em Pelotas, na região Sul, Eldorado do Sul, Região Metropolitana, e Orizona (GO) e Luziânia (GO). Em 2022, fechou com receita bruta de vendas na ordem de R$ 890,5 milhões e lucro líquido de R$ 115,8 milhões. Em 2023, em resultados ainda não apurados, a receita do grupo fechou em torno de R$ 921 milhões. Os embarques somaram 155 mil toneladas.
Confira abaixo trechos da entrevista com o CEO da empresa:
Já tem o balanço do que foi mais prejudicado com a enchente?
Principalmente matéria-prima e produtos acabados. E temos equipamentos. O que mais inspira trabalho para recuperação são essas máquinas modernas, mais sensíveis, que têm muitos componentes eletrônicos.
Em relação aos funcionários, foi preciso alterar algo?
Estamos tentando organizar as atividades para não precisar fazer desligamentos. Ainda tem muita coisa para limpar e recuperar. Estamos fazendo o rescaldo de tudo o que aconteceu. Ainda não fizemos alterações no quadro, mas queremos manter ao máximo o nível das atividades.
Como está a ajuda para a região após a enchente?
Existe pouca liderança para auxiliar nesse sentido. Depois que conseguimos nos reorganizar emocionalmente, procuramos alguns modelos para tentar ter um norte, trabalharmos em cima de propostas. Procuramos as lideranças do Vale do Taquari, junto com Sebrae, governo do Estado, federações e entidades para tentar fazer um roteiro. Estamos preparando um relatório das perdas nas diferentes atividades da região.
E o impacto do incêndio?
Felizmente, a brigada de incêndio e os bombeiros foram muito rápidos e evitaram uma tragédia maior. Tivemos que fazer ligações emergenciais para energizar a empresa e ainda estamos em fase de recuperação. Por esse motivo, estamos trabalhando com cerca de 60% da capacidade nessas linhas do primeiro piso da planta, voltada à produção de maionese, catchup, mostarda e molhos. A parte de carnes não foi atingida pelas enchentes, mas ela tem limitação de carga de energia em razão da necessidade de operarmos vários equipamentos ao mesmo tempo.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna