O jornalista Paulo Rocha colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
A falta de mão de obra qualificada leva, com frequência, setores da economia a demandarem melhorias na formação escolar, em especial no ensino médio e no nível técnico. Mas para as indústrias que atuam no ramo de energia renovável aqui no Estado é necessário olhar ainda mais longe. Recém-empossada, a nova direção do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS) estuda um programa que vai buscar desenvolver desde a infância o interesse pelo tema.
— Queremos colocar as crianças para vivenciarem as energias renováveis, explicar para que serve um aerogerador, o que é a energia solar, energia hídrica, o que é prejudicial ou não — explica a nova presidente da entidade, Daniela Cardeal.
A aposta na educação infantil faz parte de um dos três eixos eleitos como prioritários pela nova direção do sindicato, que representa 78 empresas no Rio Grande do Sul. No caso das crianças, a justificativa é a necessidade de formar pessoal para um mercado que deve gerar 150 mil postos de trabalho até 2040, segundo o Sindienergia-RS.
Outro objetivo almejado é o de aumentar a integração do setor gaúcho com outros Estados e melhorar a interlocução com a União, que detém o poder da caneta para instituir as regras. O setor está de olho, por exemplo, na regulamentação do potencial enérgico offshore, que é a exploração de energia eólica em alto-mar.
O terceiro objetivo da entidade é a criação de um selo, indicando as empresas e as indústrias de energia renovável que estão aumentando a sua participação na matriz energética do Rio Grande do Sul. A ideia é estender essa certificação aos municípios gaúchos que também se destacarem.
Programa de industrialização
O setor também está de olho no programa Nova Indústria Brasil, uma nova política de industrialização lançado na semana passada pelo governo federal. O fato de o anúncio ter ocorrido na véspera da posse da nova diretoria do Sindienergia-RS foi considerado "uma grata surpresa".
Uma parte do financiamento a ser subsidiado pelo BNDES — no valor total de R$ 58 bilhões — será disponibilizada através do Fundo Clima, voltado à descarbonização da indústria brasileira.
— A indústria de geração de energia renovável tem todo o potencial (para aproveitar o programa) — destaca Daniela Cardeal.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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