A proposta de subir ICMS no Rio Grande do Sul provocou alertas sobre perda de competitividade com Santa Catarina, que não aumentará imposto. O governador Eduardo Leite rebate, dizendo que a alíquota básica não interfere na decisão de uma empresa manter ou instalar unidades no Estado e que incentivos importam mais. A coluna perguntou, então, o que pesa mais ao vice-presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul), Fernando Marchet, que é contrário à elevação de imposto, mas preside a Bateleur, uma assessoria financeira de negócios.
"Varia de setor para setor. Tem alguns com menos mobilidade (de se transferir) e a alíquota modal acaba afetando o consumo. É uma equação para se refletir, a de imposto sobre consumo versus incentivo. Vamos pegar o setor têxtil como exemplo. Se a empresa produz e vende para pequenos negócios no Simples, a alíquota tem importância menor, mesmo com impacto no preço. No mesmo setor, se vende para grandes empresas, com compensações fiscais para decisão de formação dos preços, esta empresa tem, sim, estímulo de se mudar, sobretudo se o outro Estado, como Santa Catarina, tem mão de obra e ‘expertise’. Então, não tem resposta padrão. Tem que ver quanto o setor consegue se adaptar em outro Estado, logística e mão de obra, e depende do cliente, se tem creditação (do imposto) ou não."
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna