Aberto em 1990, o tradicional hipermercado BIG, da Avenida Sertório, em Porto Alegre, será fechado. As atividades serão encerradas até o final de janeiro de 2024. Entre as que foram transformadas em Carrefour, a unidade está na leva de lojas compradas pelo grupo francês em 2021, em uma negociação de R$ 7,5 bilhões para aquisição do Grupo Big.
A decisão foi informada já ao Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre (Sindec Porto Alegre). Segundo o presidente da entidade, Nilton Neco, a justificativa é que o grupo já tem um Atacadão do outro lado da rua, que é a bandeira de atacarejo do grupo francês Carrefour.
— Estão definindo quantos funcionários serão demitidos e quantos serão realocados. Pedimos para realocar o máximo possível em suas outras lojas. As demissões serão acompanhadas pelo sindicato. Mas era impensável fechar uma loja daquele tamanho. Na última semana, estava operando com apenas três caixas — diz o presidente do Sindec.
A ideia é manter a sede administrativa e a loja do Sam's Club no local. A coluna esteve no hipermercado e encontrou prateleiras já vazias na área de vestuário. Alguns funcionários dizem que há a possibilidade de a operação do Atacadão vir a ser transferida para o prédio. A previsão é de que as atividades sigam até o dia 31 de janeiro. Lojistas instalados no prédio, como uma unidade do O Boticário, ainda não foram informados se poderão ficar.
Outros hipermercados também serão fechados pelo interior do Rio Grande do Sul e até mesmo fora do Estado. Saiba mais: Grupo Carrefour fecha diversos hipermercados pelo RS que eram da marca BIG
A coluna questionou o Carrefour sobre quais unidades terão atividades encerradas e recebeu uma nota que, porém, não responde a esta pergunta. O texto fala que a empresa está revisando a rede e que continuará no Rio Grande do Sul, sem detalhes.
A compra bilionária
A aquisição do Grupo Big foi anunciada em 2021, envolvendo 388 supermercados, hipermercados e atacarejos. No ano seguinte, foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) com a determinação de que vendesse 14 das unidades para evitar concentração em determinados mercados. Várias unidades passaram a ser transformadas nos padrões da nova dona, mas realmente algumas eram muito próximas, além de o mercado de varejo de alimentos estar em um forte movimento de expansão e, por consequência, de crescimento da concorrência.
O assunto foi pauta do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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