Está marcada para o dia 25 de maio a reunião do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - o xerife da livre concorrência no país - que julgará a compra do Grupo Big pelo Carrefour Brasil, em uma negociação de R$ 7,5 bilhões. O processo de aquisição já está em andamento há mais de ano e chama atenção não só pelo montante bilionário, mas também pela forte movimentação que gerará no setor, inclusive com aberturas e vendas de unidades.
Em janeiro, a superintendência-geral do Cade recomendou que o negócio seja aprovado "mediante a adoção de remédio negociado com as empresas" para não causar preocupações concorrenciais. Esses remédios seriam a venda de unidades em cidades onde pode haver concentração de mercado, incluindo aqui no Rio Grande do Sul. Nesse acordo, são citadas Viamão, Santa Maria e Gravataí.
Na apresentação de resultados do quarto trimestre de 2021, em fevereiro, a empresa inclusive informou ter celebrado um Acordo de Controle de Concentrações que "prevê a alienação de operações para mitigar problemas de concentração excessiva". Diz também que "a superintendência do Cade menciona até 11 das 388 lojas do Grupo BIG, representando até 2,8% do portfólio total de lojas".
Nas últimas semanas, tanto o conselho de administração do Atacadão — bandeira de atacarejo do Grupo Carrefour — como do próprio Carrefour aprovaram a compra do Grupo Big. No caso do Atacadão, o conselho aprovou a compra das ações do Grupo Big que equivalem a 70% do capital social, e também recomendou a incorporação de 30% das ações remanescentes.
O Grupo Big pertence, atualmente, a uma sociedade entre o fundo de investimentos Advent International e o Walmart, que praticamente saem do negócio agora. O Advent comprou, em 2018, 80% da operação brasileira do Walmart, que estava, na época, transformando as lojas. As bandeiras Big e Nacional seriam extintas e as unidades estavam recebendo o nome de Walmart. O processo foi interrompido pela aquisição, que gerou, depois, a criação da holding Grupo Big.
Já o Carrefour é um grupo francês que tem hipermercados com a marca no Brasil. Ele também é dono do Atacadão, bandeira de atacarejos em expansão no Rio Grande do Sul, onde, inclusive, comprou lojas do Makro.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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