Enquanto toca 48 empreendimentos, a Intercity Hotéis também investe nas origens. A empresa fez um investimento de R$ 5 milhões no Bavária Hotel, de Gramado, administrado pela terceira geração da família. Até hoje, ele serve o pão da Vó Frida, a fundadora. O programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, conversou com Alexandre Gehlen, CEO e fundador da Intercity Hotéis, proprietário do hotel Bavária e neto da Vó Frida. Confira trechos abaixo e assista à integra no final da coluna.
Qual o papel do Bavária na Intercity?
Minha avó começou o empreendimento há mais de 40 anos. Com 12 anos de idade, minhas férias escolares eram lá com ela, na "pousadinha", trabalhando de garçom, cozinheiro, camareiro. Depois, me afastei um pouco para fazer química, mas retornei aos 20 anos para fazer hotelaria e ingressar em um ambiente de negócio familiar. Fui então convidado por uma holding familiar para começar o processo de construção de uma empresa chamada Intercity. Caminhamos lado a lado na revitalização de um hotel familiar na serra gaúcha e a construção de uma hotelaria urbana mais profissional.
Como é a revitalização?
De toda a área do entorno, com jardim e piscina moderna, inspirada nos melhores hotéis da Europa. Tem uma área de lareira muito legal, a recepção. Estávamos iniciando a reforma da área de gastronomia, mas veio a pandemia. Não nos intimidamos, acreditamos e concluímos. Todo o restaurante foi revitalizado. Agora, concluímos os 28 apartamentos. O cliente percebe que é outro empreendimento.
Como é o pão da Vó Frida?
Tentamos deixar algum componente que carregue esses 30 anos de hotelaria. Temos o pão da Vó Frida em todos os hotéis Intercity, de Manaus a Porto Alegre. Obviamente, o original está em Gramado. Dá aquele ar de "estou chegando na minha casa". É um pão caseiro, com componente natural, aquele aspecto de pão preto, é muito gostoso. Algumas vezes por semana, eu me delicio com ele.
O que movimentam os 48 hotéis da rede?
São 4 mil investidores, 7 mil quartos, 2 mil funcionários e mais de 4 milhões de clientes. Devemos chegar aos 50 hotéis possivelmente em meados de 2024, com mais duas ou três aberturas.
Gramado vive ciclos. O que acha do atual?
A cidade passa por transformação muito grande. Estou nela há mais de 30 anos, vivi da bonança à queda, e o resgate. Um componente muito importante são as pessoas. A sociedade local vive do turismo, o que faz a cidade ficar pujante.
O Natal teve um movimento bem menor do que o esperado, mas o inverno já melhorou. Qual a perspectiva?
Gosto de olhar o passado para identificar o futuro. A pandemia foi um case que jamais pensávamos viver. Cidades preparadas para receber o público ávido por viajar foram muito bem. Gramado, talvez, foi um dos destinos mais preparados. A super oferta foi construída pouco antes, com grandes resorts e parques. No pós-pandemia, houve um equilíbrio. Pessoas que estavam fazendo turismo interno voltaram a viajar ao Exterior. A gastronomia sentiu um pouco, o comércio também, mas é natural. Gramado tem altos e baixos.
Como está o pós-pandemia na hotelaria?
O mercado de grandes eventos voltou. Talvez a reunião ainda seja por videoconferência. Mas o novo normal, na minha opinião, é o antigo normal. A indústria do entretenimento está muito forte. A tecnologia veio para agregar. Há 20 anos atrás, 10 milhões de CPFs botavam pé no avião. Hoje, temos 40 milhões. No Brasil, são 220 milhões. Ainda temos um caminho grande pela frente.
Assista ao vídeo da entrevista:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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