As articulações para o segundo grande passo da reforma tributária estão a todo vapor. A proposta, que já passou na Câmara dos Deputados, está agora no Senado. Um gaúcho que está presente de perto no debate político de construção dos acordos e textos é o vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Anderson Cardoso. Chamou a atenção um alerta do empresário em um debate mediado pela coluna em São Lourenço do Sul: faltou incentivo à inovação. Ou seja, dentre as várias exceções que conquistaram tratamento diferenciado, ela não está, embora seja bastante relevante para a economia como um todo.
O setor de tecnologia realmente é muito pulverizado e, quando se fala de associativismo, ainda tem uma boa caminhada para chegar à articulação de segmentos maduros. Mas a hora é agora, se quiser mostrar sua essencialidade e garantir o estímulo para crescer.
Horas antes do evento, Cardoso esteve com o relator da reforma tributária no Senado, senador Eduardo Braga (MDB-AM). Saiu com certeza de que o texto passará por mudanças, o que o fará voltar à Câmara dos Deputados.
— Mas lá, passa rápido. O presidente Arthur Lira (da Câmara) já disse isso — enfatizou o vice da CACB.
É possível que bares e restaurantes percam o tratamento diferenciado. Acompanhando essas movimentações, não foi coincidência o Ministério da Fazenda ter divulgado nesta semana que o IVA geral, o imposto que reunirá tributos, fica entre 25% e 27% com este texto, mas seria de 20% a 22% se não tivessem as exceções. O "pai" da reforma, o secretário extraordinário do ministério, Bernard Appy, já avisou em entrevista à coluna que, quanto mais setores beneficiados, mais o imposto sobe no geral. O trabalho do governo é simplificar, mas manter a carga tributária. Sem aumentar e nem diminuir, enfatiza ele.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna