O jornalista Tércio Saccol colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Nesta semana, a coluna visitou uma fábrica de alfajores em Porto Alegre. A Odara, criada pelo gaúcho Jeison Scheid, nasceu em 2013 como forma de sustento em Garopaba (SC) durante o veraneio. Aos 26 anos, o empresário, que ainda cursava Relações Públicas, ganhou a fórmula de uma amiga e começou a fazer o doce na cozinha da própria casa para vender a turistas argentinos. Com o fim da temporada daquele verão, Scheid voltou à capital gaúcha e começou a investir de fato no negócio. Passados 10 anos, a marca cresceu, irá expandir sua fábrica e projeta faturar R$ 25 milhões neste ano.
— Nossa produção ainda é artesanal. Temos as máquinas, mas ainda acabamos tocando nos produtos em alguma parte do processo. Nosso desafio sempre foi aumentar a escala e manter a qualidade — avalia o empresário.
Na cozinha de um apartamento na Rua Duque de Caxias, no Centro Histórico, Scheid fazia os alfajores e vendia em bares na Cidade Baixa. Antes disso, chegou a ser gerente em lojas de shoppings e a vender biquínis em Portugal. Os alfajores passaram a se tornar sua principal fonte de renda e, meses depois, com a chegada do amigo e sócio Kaue Bohrer, a marca começou a crescer. A fórmula foi alterada algumas vezes, conta o fundador, mas o gosto ainda é muito parecido com o original.
Desde então, a fábrica da Odara já trocou de endereço sete vezes. A última mudança ocorreu em 2021, quando foi para um pavilhão na Zona Norte. O investimento na época foi de R$ 2 milhões em uma área de 2,5 mil metros quadrados. No local, onde também fica a matriz da empresa, trabalham 48 pessoas. A partir do próximo mês, a unidade dobrará de tamanho. Uma nova linha de produção será instalada onde atualmente fica o estoque de produtos. O investimento chegará a R$ 1,3 milhão.
— Nossa fábrica permite produzir 10 mil alfajores por hora. Essa é a nossa capacidade, mas temos que controlar o estoque, pois os produtos têm 75 dias de validade (...) Nessa nova fase, vamos contratar mais 15 funcionários para a produção — acrescenta Scheid.
Atualmente, Rio Grande do Sul e São Paulo são os principais mercados da Odara. A empresa está presente em todo o Sul e Sudeste, e acaba de chegar no Nordeste, começando pelo Maranhão. Seus produtos são enviados por distribuidoras e podem ser encontrados no comércio e no varejo. Aliás, a mãe do criador da marca, Lola, se tornou revendedora da empresa, levando o produto a pontos no centro de Porto Alegre.
Além da ampliação da fábrica, o próximo passo da empresa é a criação de uma nova linha de alfajores com bolacha mais crocante, mais parecido com os feitos na Argentina. Os sabores escolhidos foram creme de avelã, leite em pó e paçoca. Estão em fase de testes, mas as vendas já começam em setembro. Recentemente, a Odara também fechou parceria com o Grupo Zaffari para fabricar os alfajores que a rede de supermercados tem com sua própria marca.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna