Ainda sobre energia, que tem sido assunto aqui nos últimos dias mais do que o normal, a coluna volta a fazer o apelo a governos e empresas que pretendem investir em frotas elétricas, de ônibus, carros ou mesmo bicicletas: planejem de onde virá a energia para abastecer os veículos. Não adianta pensar depois, tem que ser junto. Nesta semana, foi testado um ônibus elétrico em Porto Alegre. Lá em 2016, já tinha sido feito um teste semelhante com o veículo de outra marca. Porém, não se discutiu ainda o plano para gerar a energia verde para uma eventual frota. A coluna chegou a questionar sobre isso o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, na entrevista ao Gaúcha Atualidade. Se não for geração própria, seria comprada no mercado livre com garantia de fonte renovável? Ou o abastecimento seria pelo sistema elétrico nacional, o que, infelizmente, acaba ocorrendo com muitas nas iniciativas de governos e empresas?
Sim, o sistema interligado brasileiro - a energia que chega na tomada da maioria das residências - é predominantemente alimentado pelas hidrelétricas, que produzem energia renovável da água. Mas é indiscutível que precisaríamos de maior capacidade no país. Lembre-se que, há dois anos, a falta de chuva levou ao acionamento de usinas térmicas de fontes fósseis e poluidoras. Ônibus elétrico movido a energia de carvão não tem sentido. Se quer ter frota elétrica, é imprescindível pensar na geração de energia limpa. Caso contrário, é ESG para marketing.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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