O óleo de soja que chegou a custar R$ 10, o litro do leite bateu R$ 8 e até os hortigranjeiros sentiram a alta dos custos, como diesel e energia elétrica. Agora, de vilões, passaram a mocinhos da inflação. As causas do ajuste vêm de todos os lados, do arrefecimento do impacto da guerra nas commodities; da queda no preço do diesel e da energia elétrica; da normalização do fornecimento de insumos de embalagens; do recuo no frete marítimo; e, claro, da própria retração do consumidor, que ficou mais endividado.
Nos últimos 30 dias, pelo cálculo da inflação oficial pelo IBGE, a região metropolitana de Porto Alegre voltou a ter deflação, de -0,04%. E a principal influência veio do grupo de alimentação e bebidas, que teve queda de preços no mês, fazendo com que o acumulado do ano mantenha a comida com alta menor dos preços do que a inflação geral para o consumidor.
O óleo de soja, por exemplo, caiu 10% no último mês. Em 2023, o preço recuou quase 20%. A deflação do IPCA-15 de junho foi puxada ainda por tomate (-7,19%), leite longa vida (-2,78%) e frutas (-6,11%), em especial laranja-baía (-17,54%) e mamão (-8,33%).
Quer dizer que o recuo fará os preços voltaram ao patamar anterior à disparada? Não. Aliás, dificilmente isso ocorrerá, salvo em raros casos. Ainda assim, é um alívio, especialmente para famílias de renda menor (a maior parte dos brasileiros), que comprometem mais do orçamento com a compra de comida.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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