O juro está alto e o sinal ainda é fraco de que realmente o Banco Central cortará a Selic na reunião de agosto. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, fez projeções para a política monetária. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Pelo comunicado ainda na retranca, mas menos duro, é possível já se ter algum efeito nos juros praticados no mercado?
Não. O comunicado foi vago, defendendo que haja cautela. Com isso, o Banco Central ganha um mês e meio até agosto para ver se a economia não compromete a inflação, que é o seu receio.
Com o anseio pelo crédito menos caro, é possível que a economia real sinta sem defasagem uma redução da Selic em agosto?
Não. O reflexo demora de seis meses a um ano para ser efetivo na economia. Com essa cautela do Banco Central, é provável que o corte seja de 0,25 ponto percentual. A Selic cairia para 13,5%, que ainda é alta. Mesmo que acelere nas próximas reuniões, ainda termina o ano com 12,25% aproximadamente. Com a diferença da inflação, o juro real está em 8%, alto, inibe investimentos para expandir negócios.
A Selic não voltará aos 2% do auge da pandemia, quando se injetou dinheiro na economia. Mas pode ir até quanto?
A expectativa é de que chegue ao longo de 2024 em 10% ou pouco abaixo.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna