Como a Piá, tradicional cooperativa de Nova Petrópolis, planeja sair da pior crise da sua história. Segundo o novo presidente, Jorge Dinnebier, com transparência (o que embute uma forte crítica à gestão anterior, que renunciou), com volta às origens e, claro, pagando os atrasados a associados e fornecedores. O problema da empresa se arrasta há anos, mas estourou com o atraso no pagamento dos produtores de leite. A captação caiu de 200 mil para 10 mil litros. Sem a matéria-prima, a indústria está praticamente parada.
- Produtor parou de fornecer leite porque não recebia, não existia diálogo com o associado. Uma cooperativa sem isso não funciona - disse Dinnebier em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Com passagem longa pelo Sicredi, uma cooperativa financeira, ele já vem se dedicando há algum tempo à situação da Piá. O pai foi um dos fundadores da cooperativa e o próprio Dinnebier é associado há algumas décadas. Para começar, foi feito um plano de ação emergencial, dividido em três focos: associados; financeiro; e indústria e comercial. Outro passo é o levantamento dos ativos para ver o que será vendido. Há muitos imóveis e não se descarta repassar lojas e supermercado.
- Precisa reduzir o estoque da dívida. Não podemos buscar empréstimo para tudo isso. A Piá tem que diminuir de tamanho, voltar às origens, ser regional, não querer abraçar Paraná e Santa Catarina, o que não é prioridade. Nosso negócio é a indústria. Nosso combustível é o leite. Temos que ter uma estratégia para captar mais leite, pagar associados e produtores - detalhou.
Será contratado um executivo para tocar o dia a dia da cooperativa, enquanto a diretoria terá foco na estratégia para sair da crise.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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