Qual a semelhança da melhora na perspectiva do Brasil pela agência de classificação de risco S&P com a decisão do banco central norte-americano, Federal Reserve, de não aumentar a taxa de juro? Ambas têm um efeito (bem) positivo para a economia brasileira: redução do dólar. A mínima em um ano já tinha sido alcançada com a perspectiva de que o FED tomaria a decisão que tomou, mas foi renovada ontem, em R$ 4,80, após a informação da S&P.
Mas por quê? No caso da S&P, a avaliação é como um termômetro para o mercado financeiro sobre as contas públicas brasileiras, melhorando o status de "pagador" do governo e a perspectiva para o futuro econômico. Isso influencia a decisão de investidores estrangeiros de trazerem seus dólares para cá, o que turbina a queda em relação ao real. A União também pode vir a pagar menos pelo dinheiro que pega emprestado, com juro menor pelos títulos.
Já o banco central norte-americano parar de elevar o juro desacelera a atração de dólares para os Estados Unidos, deixando mais para serem distribuídos em países emergentes. Entre eles, está o Brasil. A guerra no leste europeu traz tensão, mas afasta o investimento estrangeiro que, em outros momentos, iria para a Rússia. Novamente, mais dólares no Brasil, mais força para o real se valorizar, o que alivia mais a inflação e abre mais espaço para o Banco Central reduzir a taxa de juro.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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