As medidas de estímulo à indústria automotiva anunciadas pelo governo federal trarão de volta o carro popular? Talvez sim, se os preços caírem abaixo de R$ 60 mil, conforme a entidade das montadoras prevê ser possível. Os descontos previstos a partir do incentivo tributário costurado pelos ministérios podem passar dos 10%. Em paralelo às críticas do presidente Lula aos preços dos carros, o governo sondava as fabricantes para ver se conseguiria chegar aos R$ 45 mil, o que é difícil, dado o custo de produção atual e os itens obrigatórios nos veículos.
Em vez de colocar o foco nos carros mais baratos atualmente, o governo ampliou o benefício para aqueles que custam até R$ 120 mil. Acabou acolhendo a ponderação do varejo de automóveis, que argumentava que, caso contrário, raros modelos seriam incentivados, fugindo do propósito de reativar o mercado de forma mais generalizada e até provocando falta desses carros para atender à corrida do consumidor. Hoje, no país, não são muitos modelos que custam abaixo de R$ 100 mil.
Em tempo, o governo federal enfatizou que é uma medida anticíclica, ou seja, acaba quando o setor reaquecer. Foi batido recorde em 2023 com 13 fábricas paralisando produção.
Ouça o podcast Nossa Economia, de GZH, sobre a volta dos carros populares:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna