Como o esperado, o PIB desacelerou no último trimestre de 2022, mesmo que ainda tenha fechado o ano com crescimento. O recuo de 0,2% sobre o trimestre anterior foi puxado pelas quedas de 0,3% na indústria e de 1,1% na formação bruta de capital fixo (FBCF), uma variável com nome complexo, mas que representa o investimento privado. Quando ela cai, o sinal não é bom, porque ela mostra a tendência para os trimestres seguintes. É fortemente impactada em períodos de incerteza, o que caracterizou o período, que teve Copa do Mundo fora de época e eleições.
Como diz o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o investimento é o principal motor do crescimento do país porque "além de demanda também introduz a necessária modernização na estrutura produtiva do país". Mesmo o crescimento do ano, que foi de 0,9%, é considerado baixíssimo pela entidade. Segundo o IBGE, o avanço ocorreu basicamente pela alta na construção. A parcela referente à aquisição de máquinas e equipamentos recuou 7,3%.
"Não é um dado bom para o aumento da produtividade e da competitividade futura. É provável ainda que parte relevante deste declínio esteja na indústria, já que a produção física de bens de capital para o setor vem caindo repetidamente desde o 4º trim de 2021.", analisa o Iedi.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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