Além do anúncio do pacote de medidas em si, a fala da equipe econômica de Lula trouxe várias sinalizações. Uma delas é que o novo governo quer dar uma ideia de normalidade na economia após as invasões em Brasília, afinal tem sido o seu campo mais sensível desde a eleição. Outra é começar a materializar o que está nos seus discursos de que, sim, está preocupado com as contas públicas, mas que vai lidar com a responsabilidade fiscal da forma que acredita, ou seja, gastando no que considera ser importante para crescer. Para isso, está garimpando alternativas que contenham o rombo nas contas públicas sem prejudicar as políticas sociais que defende.
O programa de renegociação de dívidas tributárias para empresas e pessoas físicas reforça a preocupação com a inadimplência, que cresceu na pandemia e especialmente com a inflação de 2021. Também foi dada carta branca para ministérios revisarem contratos do governo Bolsonaro, assim como tem sido feito com desonerações, tão criticadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Para fechar, ele evitou se comprometer com o salário mínimo de R$ 1.320 previsto 2023, mas ainda não formalizado. Garantiu, apenas, que o reajuste será sempre acima da inflação, promessa de Lula.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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