Chegando o final do prazo para garantir subsídio máximo a consumidores que geram energia, uma enxurrada de pedidos chegam às empresas de sistemas solares e às concessionárias. Na RGE, foram 12,5 mil só em dezembro até agora, o quádruplo do que registrava em um mês. No caso da CEEE Equatorial, foram 12 mil nos últimos dois meses.
Atualmente, quem gera a energia está isento de pagar pelo uso da rede elétrica, para onde manda o que produz a mais para ter créditos a se compensar na conta de luz. Para manter o benefício até 2045, tem que solicitar a ligação à concessionária até 6 de janeiro. Depois, a cobrança voltará de forma progressiva. Os custos pelo uso dos sistemas de transmissão e distribuição não pagos por quem tem os sistemas de geração distribuída são, hoje, rateados entre os demais consumidores de energia.
Empresas de sistema solar não garantem mais a isenção, seja porque não vencem os pedidos de todos os clientes ou porque, mesmo protocolando no prazo, um problema no projeto pode fazer com que se tenha que voltar à estaca zero, o que tem ocorrido com frequência, disse o gerente de Serviços Comerciais da RGE, Fábio Calvo, em entrevista ao podcast Nossa Economia, de GZH.
As concessionárias garantem ter reforçado suas equipes, mas consumidores têm reclamado de demora para verem o investimento que fizeram levar a uma conta de luz quase zerada. Ainda assim, há dois anos, tomava o dobro do tempo. Coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), Mara Andréa Schwengber conta que o prazo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a concessionária analisar o pedido de conexão varia de 15 a 60 dias após o protocolo, dependendo da potência da usina e se é necessária obra na rede.
- A RGE melhorou muito, dá retorno, organizou, inclusive comunicou formalmente que estão com gargalo, mas tentando atender. No caso da CEEE Equatorial, já estava complicado e deve piorar, a quantidade de projetos entrando está superando muito a previsão. Sem folga no final de ano...
Fábio Calvo, gerente da RGE, afirmou que a concessionária está conseguindo cumprir os prazos regulatórios, apesar da demanda. A expectativa é de que a procura normalize a partir de janeiro. Já a CEEE Equatorial respondeu a coluna por nota, informando que o aumento de solicitações foi expressivo e que ampliou a estrutura para regularizá-las. No início do ano, a companhia já registrava atrasos para ligação dos sistemas e troca de equipamentos. Na ocasião, previa resolver a situação até maio.
Além desses pontos, o podcast Nossa Economia, de GZH, explica que ainda valerá a pena gerar energia solar a partir de janeiro e projeta quando os consumidores poderão ter suas próprias baterias para armazená-la sem necessidade de jogar na rede elétrica. Confira:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna