Após dois meses de queda, o número de empresas com dívidas atrasadas apresentou um leve crescimento em julho, na comparação com o mês anterior. Foram 352.422 negócios inadimplentes, 427 a mais do que em junho, de acordo com levantamento da Serasa Experian enviado à coluna. As contas, somadas, batem os R$ 7,442 bilhões.
Apesar do número alto e do crescimento em relação a junho, são 37,4 mil a menos do que em julho do ano passado, e 40 mil a menos do que o mesmo período de 2020, quando havia fortes restrições pela covid-19. O número, inclusive, é menor do que no mesmo mês de 2019, antes da crise de coronavírus, quando 359.380 companhias estavam com dívidas em atraso. Ou seja, em termos que quantidade de empresas, julho de 2022 está em patamar menor do que no pré-pandemia.
O valor médio de cada uma das 3,37 milhões de dívidas fica em R$ 2.207,25. Cada empresa inadimplente tem, em média, 9,6 contas atrasadas a pagar. Isso significa que, cada negócio deve, em média, R$ 21.117,64. Lembrando que endividamento não é o mesmo que inadimplência: no primeiro caso, refere-se a qualquer conta em dívida (inclusive parcelamento de compras). Já a inadimplência se dá quando a dívida não é paga.
No Brasil, são 6,2 milhões de negócios com contas negativadas em julho. A maioria das dívidas foi contraída pelos empreendedores no setor de Serviços seguido pelo segmento de Bancos e Cartões.
Micro e pequenas empresas
Apesar do leve crescimento em empresas em geral, o número de micro e pequenas empresas com dívidas atrasadas caiu em julho no Estado. Foram 318.004 inadimplentes, contra
318.119 de junho. Em julho de 2021, eram 360.693. Ou seja, houve uma queda forte em um ano. Também há uma redução em relação o período pré-pandemia, de julho de 2019. No Brasil, foram registradas 5.545.659 micro e pequenas empresas inadimplentes no país, um recuo de 0,1% em comparação com o mês anterior.
— A diminuição de micro e pequenas empresas inadimplentes ainda é tímida, mas pode indicar uma recuperação aos poucos do segmento. Os donos de negócios precisam reforçar seus planejamentos e manter uma boa organização financeira, pois esses são alguns dos fatores imprescindíveis para enfrentar épocas de instabilidade econômica. Além disso, algumas das saídas possíveis são as linhas de crédito subsidiadas, como o Pronampe, que podem ser utilizadas pelas MPEs a fim de obter uma melhor posição de caixa e, com isto, evitar a inadimplência — analisa o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Sobre Pronampe, leia: Pronampe: com juros mais altos, ainda é vantagem aderir ao programa?
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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