O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
A nova fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe, já está disponível para os pequenos negócios e também para microempreendedores individuais. A expectativa é que R$ 50 bilhões possam ser emprestados nesse ciclo, que vai até dezembro de 2024.
Essa linha de crédito foi criada em 2020, durante a pandemia, para ajudar empresários a enfrentar a crise econômica provocada pela covid-19. À época, chamou atenção pela baixa taxa de juros, de 1,25% mais a Selic, que era de 2,25%. Hoje, já fora do caráter emergencial, os índices subiram. O ciclo de agora tem uma taxa de 6%, somada à Selic, que está em 13,25%. Apesar do aumento, especialistas avaliam que ainda vale a pena aderir ao programa.
— É vantajoso, apesar de que as condições não são tão boas como as do passado. A taxa de juro e a Selic subiram fortemente, estão piores do que o Pronampe de 2020, mas as operações de crédito normais também estão piores que essa. Uma pequena empresa que vai buscar crédito normalmente, pode chegar a pagar mais de 40% ao ano de juros. As condições do Pronampe são boas comparadas a essas — comenta, em entrevista à coluna, o diretor-executivo da Associação Nacional de Executivos (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
Além da taxa de juros, outra coisa importante de ser analisada é a condição de empréstimo e o prazo para pagá-lo. Nesse novo ciclo do Pronampe, o valor poderá ser dividido em até 48 parcelas, com uma carência de 11 meses.
— Tem o fato que os bancos estão muito restritivo ao crédito. E com o Pronampe, é mais fácil. Sem contar com a carência de pagamento, que os empresários não teriam em um empréstimo normal — analisa.
Planejadora financeira, Letícia Camargo relembra que, apesar das condições serem melhores, é preciso tomar crédito somente se, realmente, precisar. Outra dica que vale para toda decisão de pegar dinheiro emprestado é comparar as opções.
— É importante que faça uma comparação com as outras opções. Não vale pegar um empréstimo só por pegar. Ver se realmente vai ser utilizado por uma melhoria do negócio. Eventualmente até para pagar um empréstimo mais alto. Comparar com outras oportunidades, e não considerar só a taxa, mas também os prazos — ela diz.
Outra questão para ficar atento é em relação a Selic. Em 2020, quando do lançamento do Pronampe, muitos empresários pegaram empréstimos com uma taxa de 3,5% ao ano, mas que foi aumentando à medida em que a Selic subia. Para Letícia, a escalada da taxa básica de juros ainda não acabou. Isso significa que o empréstimo pode ficar mais caro nos próximos meses.
— Mas também espera-se que no ano que vem, isso já possa começar a melhorar, e possa ser que para frente, essa taxa do empréstimo vá cair com a Selic caindo também. São 48 meses, pode ter essa possibilidade de, lá na frente, a taxa de juros estar mais baixa. Mas é importante avaliar — finaliza Letícia.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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