Com a escassez de medicamentos sentida há meses, chama a atenção que a queda do setor foi a maior na última pesquisa sobre a produção industrial no país, de 14,1%. A base de comparação é alta, pondera o IBGE. Porém, o diretor executivo do Laboratório Saúde e vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Thomaz Nunnenkamp, alerta à coluna que a situação continua bem problemática. Ainda em junho, ele já tinha apontado em entrevista ao programa Acerto de Contas as dificuldades das fábricas, que vão dos fretes às embalagens caras e em falta.
- Não é por falta de demanda, há pedidos em carteira. Nem por capacidade instalada, que temos. É problema de suprimento.
O empresário relata problemas para importar insumos, o que atinge os mais diversos segmentos da indústria, assim como o varejo. Nunnenkamp lembra que as multinacionais deixaram de produzir no Brasil ao longo dos anos, dentro de um processo de desindustrialização farmacêutica. O Brasil chegou a produzir 50% do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo). Agora, fabrica 5%, segundo ele.
- Virou importador de produtos acabados. Isso gera problema em qualquer lugar do mundo. Um país do tamanho do Brasil não pode prescindir de uma indústria forte.
A cadeia global de insumos começou a apresentar problemas ainda em 2020. Os motivos vão da pandemia à guerra.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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