Formar uma associação para ter vantagens na hora de comprar medicamentos foi o que motivou a criação da Vida Farmácias, de Novo Hamburgo, em 2004. Quase 20 anos depois, a rede já conta com 217 lojas associadas em 142 cidades do Rio Grande do Sul. No último mês, também entrou em Santa Catarina, e agora está com um plano ousado de expansão: prevê chegar a 300 unidades em operação até o final do ano.
— Abrimos a expansão para todo o Brasil. Começamos por Santa Catarina, mas também já estamos recebendo propostas de lugares como Mato Grosso e Rio de Janeiro. Há muito tempo recebemos sondagem de outros Estados, mas queríamos ter uma estrutura qualificada. Agora que temos, começamos a expandir — conta Marcelo Pereira, presidente da Vida Farmácias.
Só nos últimos seis meses, a rede incorporou 38 lojas. Muitas vezes são farmácias que já existiam, mas que trabalhavam de maneira independente. Quando se tornam associadas da Vida, passam a ter acessos a sistemas de gestão da rede, identidade visual, mecanismos de vendas e descontos que as indústrias farmacêuticas dão às grandes empresas, que conseguem comprar em maior quantidade.
De acordo com Pereira, porém, a expansão é feita de maneira bem controlada. É analisado desde o ponto de venda até o faturamento.
— Não é só colocar alguém para dentro da rede e dizer que temos mais uma loja. O modelo associativista tem que ter um conceito, tem que entender o que vai mudar na vida dele, porque a loja continua sendo dele — explica o presidente.
A Vida Farmácias hoje tem duas estruturas em Novo Hamburgo. Uma é a sede administrativa, com 22 funcionários. É a área que cuida da gestão para as farmácias associadas. A outra é uma cooperativa que faz a compra e distribuição de alguns medicamentos, como os da marca própria.
Se considerar todas as lojas da rede, são mil empregos. O faturamento mensal da Vida é de R$ 20 milhões, com perspectiva de aumentá-lo em 22% em 2022. Um dos desafios que estão enfrentando agora para atingir essa meta, conta Pereira, é a falta de medicamentos.
— Antibióticos, xaropes, pastilhas. Até são produzidos aqui, mas os insumos são importados. Cerca de 70% da matéria-prima vem da Ásia, e com a crise dos contêineres, de frete mundial, está bem difícil. E como no setor farmacêutico é difícil ajustar preços, o mercado está tirando os descontos que dava para o cliente. Tudo isso é sentido.
Para driblar essa questão, apostam em novas formas de venda. Estão lançando o delivery e e-commerce. Também estão fazendo um processo chamado de "desconfinamento" de medicamento isento de prescrição. É uma estratégia de colocar remédios que não precisam de prescrição, como aqueles de congestão nasal, para frente do balcão, fazendo o cliente comprar sem precisar falar com um atendente. O que pode potencializar a venda, finaliza o diretor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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