A pandemia e a guerra no leste europeu provocaram a indústria mundial a dar atenção maior a alguns temas, como segurança nacional e resiliência das cadeias econômicas. Alta de preços e escassez de insumos causaram rupturas na produção e na inflação. O Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi) destaca, por exemplo, medidas tomadas nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil.
Nos Estados Unidos, destaque para ações para o setor de semicondutores, que seguem em falta, afetando, especialmente, a indústria mundial automotiva. China é fornecedora mundial dos chips, que usam insumos da Rússia e da Ucrânia. O governo norte-americano priorizou investimento público em infraestrutura, foi fomentado investimento em pesquisa e desenvolvimento para semicondutores da próxima geração e controle de exportação de equipamentos e tecnologia críticos para o setor.
Já a Europa enfrenta uma crise energética, agravada pelo corte no fornecimento de gás pela Rússia, em resposta às sanções econômicas. Por isso, estimula o hidrogênio verde, foco da transição energética. Para isso, está aumentando a capacidade de eletrolisar o hidrogênio, planeja importar o combustível de países com fontes abundantes de energia renovável e cria a rede europeia de hidrogênio Espanha-Suécia, que terá 23 mil quilômetros até 2040.
Por aqui, no Brasil, uma grande preocupação foi com o suprimento de fertilizantes, insumo essencial do agronegócio. Foi, então, lançado o Plano Nacional de Fertilizante 2050. A ideia é ampliar a produção local competitiva para 50% do consumo doméstico, diminuir a dependência de tecnologia estrangeira e investir R$ 120 bilhões para que isso ocorra. O Iedi pondera, porém, que as metas são ambiciosas, enquanto os recursos são incertos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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