A tarifa de energia da RGE, do Grupo CPFL, terá reajuste médio de 10,98% a partir desta quarta-feira (22), levemente abaixo da inflação de um ano e, o mais curioso, metade do que estava previsto inicialmente. Na reunião pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que homologou o percentual, a própria direção da empresa citou que o aumento seria de 21%, conta o especialista Jeremias Wolff, da Electric Consultoria.
O principal motivo para essa redução, apontado pela Aneel, foi o repasse de R$ 5 bilhões da privatização da Eletrobras para atenuar os aumentos das tarifas: "O valor considera a proposta de regulamentação do componente tarifário denominado CDE Modicidade Eletrobras." Também contribuíram a devolução dos valores de ICMS cobrados dos consumidores de energia elétrica e os recursos da Conta Escassez Hídrica.
Como ficaram os reajustes da RGE:
Consumidores residenciais: +8,41%
Baixa tensão: +9,31%
Alta tensão: +14,26%
Para a CEEE Equatorial, outra empresa especializada em energia elétrica, a TR Soluções chega a prever até reajuste negativo nas tarifas, ou seja, queda. Um dos motivos é que as distribuidoras com revisões tarifárias no segundo semestre tiveram já o peso maior dos efeitos da crise de escassez hídrica, que se intensificou a partir de agosto de 2021. O aumento foi de 14,62%, aplicado em novembro. As demais estão tendo que, agora em 2022, repassar o passivo financeiro que veio do ano passado.
"A CEEE, por exemplo, que atende a região metropolitana de Porto Alegre, teve sua tarifa alterada no final de novembro e praticamente todo o passivo financeiro da crise hídrica foi reconhecido naquela oportunidade. Com isso, neste ano, é possível até mesmo que os consumidores ligados a essa empresa observem redução nas contas de luz.", diz análise da TR.
Ouça entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, sobre o assunto:
E também nessa terça-feira (21), a Aneel aprovou aumentos nos valores de bandeira tarifária, montante que é cobrado de forma adicional na conta de luz de acordo com as dificuldades de geração de energia. Atualmente não há cobrança extra na conta de luz devido a vigência da bandeira verde. Ou seja, o consumidor não pagará, ao menos por agora, os novos valores. O Banco Central até projeta que isso venha a ocorrer no último trimestre. Mesmo com o aumento, a bandeira vermelha patamar 2, que é a mais cara e passa a R$ 9,79, fica abaixo dos R$ 14,20 da bandeira escassez hídrica.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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