Mesmo que esperada, o pedido de demissão do presidente da Petrobras, Mauro Coelho, fez a bolsa de valores de São Paulo, a B3, suspender a compra e venda de ações da estatal e de seus derivativos. A medida é tomada quando algo relevante acontece, para evitar oscilações tão fortes.
A suspensão ocorre para que o mercado financeiro tenha mais informações. No comunicado sobre a renúncia, a Petrobras disse que a nomeação de um presidente interino será examinada pelo Conselho de Administração da Petrobras a partir de agora: "Fatos considerados relevantes serão prontamente comunicados ao mercado." Logo depois, as ações entraram em leilão, chegando a queda de 5%. Ou seja, a compra e a venda não ocorre de forma imediata, são feitas propostas, também para amenizar a volatilidade.
Na sexta-feira (17), as ações da Petrobras já tinham caído mais de 7% mesmo que a empresa tenha anunciado reajustes da gasolina e do diesel. O motivo da queda forte foram as declarações políticas do presidente da República, Jair Bolsonaro, e, principalmente, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de críticas fortes à empresa até ameaças de aumento de tributação.
- Investidores continuarão acompanhando o que ocorrerá no Congresso sobre tributação da atividade e projetos de lei específicos para o setor de petróleo, a nomeação do novo presidente, e se a companhia emitirá algum sinal de mudança da política de preços - explica o sócio da gestora de investimentos Quantitas Asset Wagner Salaverry sobre o que o que está acontecendo significa para o mercado.
A Petrobras é a empresa que mais pesa no Ibovespa, índice geral da bolsa de São Paulo que reúne as ações mais negociadas. O impacto nas ações da estatal fez o indicador ficar abaixo de 100 mil pontos, junto com o reflexo do tombo do minério de ferro.
Atualização: a empresa nomeou como presidente interino o diretor executivo de Exploração e Produção, Fernando Borges. Ele ficará no cargo até que um novo presidente seja eleito pelo conselho. No final da manhã, passado o susto inicial, as ações da Petrobras viraram e passaram a subir 1%.
* Acompanhe mais informações.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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