Se não reduzir preços, a diminuição de tributos sobre os combustíveis deve, ao menos, segurar altas. O governo federal está propondo compensar Estados por zerada ICMS sobre diesel e gás de cozinha. Também promete zerar imposto federal sobre gasolina se limitar a 17% o imposto estadual, segundo anúncio do presidente Jair Bolsonaro.
Em janeiro, quando a alíquota do Rio Grande do Sul voltou aos 25% - após ficar majorada em 30% por alguns anos -, a gasolina teve queda praticamente imediata de preço. Passou a ficar entre as "menos caras" do país. O setor também não é lá muito organizado. Tirando grandes redes, muitos postos aumentam ou reduzem preços porque ouviram uma notícia ou porque o concorrente da esquina o fez. Recentemente, alguns subiram por boatos de aumento pela Petrobras e reduziram dois dias depois, quando a informação não se confirmou.
A redução da virada do ano ocorreria novamente? Depende. Há vários fatores que influenciam preços dos combustíveis, do petróleo e o dólar, que guiam a Petrobras até a conta de luz do posto. Há ainda, claro, a tão criticada margem de lucro dos estabelecimentos, mas que, com o consumidor com o bolso apertado, tende a ser mantida, reduzida ou menos ampliada. A venda de combustíveis vem caindo bem há um ano.
Tem influência eleitoral nos anúncios? Certamente. A inflação é o grande temor de qualquer candidato à Presidência da República. Vai deixar um problema fiscal lá para frente? É possível, já que o governo federal terá que bancar a perda fiscal, salvo a redução tributária realmente aumente o giro na economia com posterior aumento de arrecadação, como a iniciativa privada argumenta e pelo que a coluna torce.
Caso a redução chegue às bombas de combustíveis na íntegra, a inflação ao consumidor pode ser 2,26 pontos percentuais menor. A estimativa é da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Aliás, diversos países, como Alemanha e Bélgica, têm reduzido tributos sobre combustíveis e outros itens que pesam na inflação.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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