Dois irmãos trouxeram do Rio Grande do Sul à Europa equipamentos que serão doados para a Ucrânia. A coluna encontrou Miguel Silveira e Jan Felipe Silveira, diretores da Bristol, de São Jerônimo, na Hannover Messe, feira industrial que acontece na Alemanha. A empresa produz itens como brocas e implementos agrícolas. A iniciativa conversa com o tema central da feira neste ano: o reflexo econômico do ataque da Rússia.
— Entramos em contato com a embaixada da Ucrânia e eles nos receberam muito bem. Falaram da necessidade dos equipamentos e que, na verdade, precisam de tudo. A economia deles está sofrendo muito — disse Miguel em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Cortadores a disco, usados para corte de ferro, foram os equipamentos levados direto do Rio Grande do Sul. A entrega será feita na Polônia, em uma zona livre de guerra, para onde eles irão após terminar a feira aqui em Hannover. Jan Felipe, irmão de Miguel, disse que a Bristol irá criar um canal para que outras empresas possam fazer doações parecidas. A Bristol enviará novas doações a partir do Brasil, enviadas por contêineres. Empresas interessadas podem doar também. E-mail de contato: jan@bristol.ind.br.
De onde saiu a ideia de trazerem máquinas do Brasil e levar para Ucrânia? Que máquinas são essas?
A ideia surgiu quando a gente teve a viagem marcada pra Europa. Entramos em contato com a embaixada da Ucrânia e eles nos receberam muito bem e falaram da necessidade dos equipamentos. Como a nossa família já tem tradição em doar equipamentos para catástrofes, estamos fazendo essa iniciativa.
Que equipamentos são?
São contadores a disco usados para corte de ferro.
Como vocês souberam que eles precisavam desse tipo de equipamento?
Procuramos eles e apresentamos o que fabricamos. Mostraram interesse nesse produto específico.
Vocês identificaram uma boa recepção por parte do governo da Ucrânia? Pretende fazer novas doações?
A receptividade foi bastante grande e nós mostramos o nosso portfólio de produtos, só que obviamente aqui na feira nós trouxemos apenas equipamentos pequenos. Mas para eles, como estão em um país que precisa ser reconstruído, existe a necessidade de todo o tipo de equipamento. Eles falaram que tudo vai ser necessário agora, não só o nosso produto. Nós estávamos pensando, e nós vamos criar um canal para isso. Vamos colocar à disposição para que outros empresários também possam entrar em contato conosco.
Vocês vão para onde depois daqui?
Nós vamos para a Polônia. Lá, vão nos indicar o local, que provavelmente vai ser uma zona desmilitarizada para fazer essa entrega.
É de família essa intenção de ajudar em situações delicadas em outras nações?
Sim. Na verdade, o nosso pai, Silas Silveira, faz doações já de equipamentos e ele já é voluntário mesmo em catástrofes desde 1985. Então, ele já percorreu o mundo. Foi para a Argélia, para o Haiti. Então, ele nos deu ideia: "pô, quem sabe vocês vão para Hannover, deem uma passada na Ucrânia lá, falem com o governo, se eles aceitarem, provavelmente vão, vai ser bastante útil".
* A coluna viajou à Hannover Messe a convite da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul).
Colaborou Guilherme Gonçalves
Ouça a entrevista no SoundCloud:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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