As vendas do varejo gaúcho cresceram 1,6% em março sobre fevereiro. Foi um avanço superior à média nacional, de +1%, que surpreendeu o setor. A pesquisa mensal é feita pelo IBGE.
No Rio Grande do Sul, o volume de vendas foi 10,9% maior do que em março do ano passado. O período da base de comparação foi complicado, com novos fechamentos do comércio pela pandemia. No acumulado do primeiro trimestre, o varejo teve variação de 8,3%. Já o acumulado nos últimos 12 meses, a alta é de 6,7%, com aumento na intensidade de crescimento do setor.
Na comparação com março de 2021, foram taxas positivas em cinco das oito atividades pesquisadas: tecidos, vestuário e calçados (99,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (87,1%), livros, jornais, revistas e papelaria (64,9%), móveis e eletrodomésticos (26,3%) e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,6%). Tiveram queda na comparação com o mesmo mês do ano anterior os setores de combustíveis e lubrificantes (-17,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-12,9%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,1%).
Apesar da corrosão no poder de compra pela inflação, a disponibilização de recursos extraordinários acelerou as vendas, analisa a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Entre eles, está a liberação do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS. A CNC projeta que o Auxílio Brasil e os saques do FGTS devam injetar no varejo R$ 39 bilhões ao longo de 2022. O economista Fabio Bentes estima que, confirmada a tendência de desaceleração dos preços no atacado, os preços no varejo também perderão força, tornando menos acentuado o avanço da taxa básica de juros nos meses seguintes.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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