Não que tenha surpreendido quem acompanha o andar da economia nacional e internacional, mas a quarta-feira (27) tem exigido a digestão de dados importantes de preço. Haja bolso para a avalanche de aumento de custos, que se disseminam na economia, deixando a tarefa de controle da inflação ainda mais difícil para o Banco Central.
O dia começou com a repercussão da decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que aprova aumento da conta de luz para custear um fundo do setor elétrico. No Sul, será uma alta de até 4,65%. Esse percentual, porém, se soma a tantas outras pressões. Então, o reajuste não será só isso, não. Como outros que já vêm ocorrendo, os aumentos serão de dois dígitos por aqui. RGE tem aumento em junho e a CEEE Equatorial, em novembro. A retirada da bandeira tarifária da conta de luz pelo governo federal, mesmo após a Aneel ter decidido que ainda deveria ser mantida, não garantirá energia mais barata no ano, não. Tem ainda para 2023 o encargo para pagar os empréstimos às distribuidoras. Os reservatórios das hidrelétricas melhoraram com a chuva, mas a conta da escassez hídrica ainda não foi paga.
Depois disso, pela manhã, o IBGE divulgou a prévia da inflação do país em abril. Avançou para 1,73%, até um pouco abaixo do esperado pelo mercado financeiro, mas pisou bem no acelerador. Em 12 meses, a inflação acumula 12,03%, bem acima da medição anterior. Veio pressão de combustíveis, passagens aéreas e alimentos, especialmente tomate e leite. Para ter ideia, o reajuste dos salários não vence a inflação há 25 meses.
Para fechar, o dólar comercial passou dos R$ 5. Há pouco tempo, estava abaixo de R$ 4,70, mas vem registrando as altas mais intensas desde março de 2020, quando começou a pandemia. A pressão tem sido agora, essencialmente, externa, com o Federal Reserve sinalizando alta mais intensa do juro nos Estados Unidos para conter inflação, que também é um problema mundial, piorado pela guerra no leste europeu e os lockdowns na China.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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