Nem uma semana após o reajustaço da Petrobras, a defasagem da gasolina brasileira fica zerada em relação ao Exterior. Isso porque o petróleo engatou queda forte, que continua nesta terça-feira (15). Há expectativa de avanço na negociação entre Rússia e Ucrânia, mas o principal motivo é a decisão de China de fazer lockdown e determinar restrições em diversas regiões do país onde aumentaram os casos de coronavírus. O país tem a política de covid zero, o que leva a medida de confinamento mesmo em um número de casos menor do que disparar este gatilho em outros países.
O fato é que isso gera impacto econômico. Ontem, a coluna alertou para a preocupação da cadeia global que depende dos chips produzidos nessas províncias chineses. Fábricas já pararam produção e canais logísticos estão sendo interrompidos. Autoridades chinesas reforçaram medidas em alguns portos no país, aumentando o risco para o comércio. Isso, claro, tem efeito sobre o petróleo.
Hoje, o petróleo chega a cair mais de 8%, ficando abaixo dos US$ 100 o barril. Cálculo do economista da Quantitas Asset João Fernandes confirma a defasagem zero, mesmo com a alta do dólar ontem. Mesmo que a Petrobras queira anunciar uma redução de combustíveis, isso pode demorar um pouco dada a volatilidade do mercado.
Coordenador do departamento econômico do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier entende que a queda na cotação do petróleo Brent reforça o argumento do Ministério da Economia de que é preciso modular as reações à crise. Ele acrescenta que é preciso aguardar para saber qual será o impacto das medidas aprovadas na semana passada para frear a alta dos combustíveis.
Sobre a lei do ICMS dos combustíveis, ouça a entrevista no Gaúcha Atualidade com o secretário da Fazenda de Pernambuco e presidente do Comsefaz - Comitê Nacional dos Secretários de Estado da Fazenda, Décio Padilha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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